Deus

 Meu Deus...

O que será de mim?
Da minha vida, meus poemas?
Parte de mim vive na ideologia de meu dilema,
entre a vida, edema, xilema, o samba,

Meu violão...


Âmbar da minha floração,
espera o cantar que alivia
se para mim trataste
o remédio,
que procura a melhor maneira da morte.

Pensar o poema, é imaginar o cosmo,
que se expande, outrora se atrapalha e volta,
trazendo as estrelas,
atropela os deuses,
e desfaz toda a realidade.

O Senhor por sua vez, fica neste propósito, sentado,
à espera do Homem que baterá a sua porta,
bêbado, arredio, como um animal tresmalhado,
subindo aqueles últimos degraus que lhe resta e dizendo:

Eu sou você.

Ricardo Abdala
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