Eu carrego uma dor na alma,
Aquela que emana dos românticos,
Poetas de um mundo absurdo,
De faz de conta,
Onde amar é o verbo mais conjugado.
 
Imagine que eu seja,
O mais mal-amado dos românticos,
Mais desprezado dos viventes,
Sou eu carente, mas descente,
No mundo real amargurado.
 
Imagine então que eu seja,
O ultimo dos românticos,
A inundar, transbordar
Me afogar em lágrimas,
A me guardar a cada alvorecer
E crepúsculo do dia,
A me desfigurar em rugas
E fios grisalhos,
A me contentar a esperar
Tuas caricias e tocar tuas curvas,
Mesmo que seja só algum dia,
Tudo, tudo por você.
 
Imagine agora que não existam musas,
Só a solidão como campania,
O triste fim do homem que foi capaz,
De sacrificar a vida por uma ilusão.

 

Rodrigo Cézar Limeira
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