Dias Contemporâneos

Olá... estais vós, vivas
e eu que não mais em vós vivo,
ou agora que sois divas,
olvidais vós do vetusto amigo?

se veleidosas, vós respirais
por que não dividais comigo
quase tudo que em vossa rotina admirais
já que regozijais num mar de risos?

perdestes vós o hábito, o liame
de diariamente dialogar comigo,
ou presunçosas de que mais não as ame,
unilateralmente, rompestes o nosso convívio?

ou será a insensibilidade do tempo
que, na pressa cotidiana, avoluma os percalços,
enquanto asfixiado, o "retrô" sentimento
olvida, inerte, a falta e os abraços?

ou será ainda, minhas fidalgas amigas
a metamorfose que se operou nos sentidos
deste loteado mundo concreto,

que desbotou a imagem da vida
que silenciou a boca e os risos
obliterados cerziram na gente os laços de afeto?

Curitiba