BARQUINHO DE VIVER

BARQUINHO DE VIVER

 

A correnteza

Do tempo

Não conseguiu

Desmanchar

O velho barquinho de papel

Que eu-menino construí

Com jornal e euforia

E depois lancei no regato da chuva de verão.

 

Não que ele tenha atracado

Num qualquer porto de desilusão

 

Continua vagueando por aí,

E eu vou nele,

Nau sem rumo

Singrando os mares dos dias

E trazendo à tona velhas inspirações e novas alegrias

Para fazer da vida vazia,

Eterno mar de poesias.

 

Oldney Lopes©