Lamento
 
No auge dos  meus devaneios suplico a certeza,
Beleza na folha branca, ainda virgem, sem grafia,
Magia no movimento da caneta, qual espada,
Do nada translado a mundos distantes, me separo,
Disparo a escrever com a fúria dos mares,
Marés que nem sempre me levam onde quero,
Espero que a verve me tome por súdito em ser,
Ser humano com maestria, além da imaginação,
Canção de ninar, que me faz afagar um ego ferido,
Perdido por lugares longínquos que não sei navegar,
Chorar se consegue,  por alguém que se quer bem,
Também se afinando em sintonia, pode virar canção,
Coração que bate por quem está muito perto de nós,
A sós não entendemos que o fim por ainda vincendo,
Compreendo o acabamento desta folha violentada,
Abrigada pelo texto:  Poesia acabada e implacável,
Inefável armadilha que nos leva ao pranto, chorar,
Parar por aqui sem sombra de dúvida qualquer,
Sequer a sobra não indica ou aplica verberando,
Sobrando por fim, um rio de lágrimas a rolar...
 
Jorge Gonçalves Junior   -    30/06/2009
 
 
 

 

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