A Torre da Paciência (soneto)


 
Desvencilhar-me sempre ora desisto
 
Da ramagem da ofensa carcomida...
 
Sempre viva, seu fim nunca registro,
 
De par c’a mal-querência mais renhida
 
 
Deixa está! Sofreu desse mal até Cristo...
 
Livres dele jamais se fica em vida
 
Enfrentamento cego hei previsto
 
Pra ofensa não se pode dar guarida
 
 
A intransponível torre da paciência
 
Erijo, com prudente consistência,
 
Por defesa das tais línguas espúrias
 
 
E se mais ímpias as garras das injúrias
 
Robusteço-me mais na irreverência
 
De acolhê-las c’as pedras da paciência
 

 

Manito O Nato
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