Noite infinita

Figurei que a madrugada traria
maior discrição que o dia, errei.
Iludi-me com o manto da noite
e seus brilhos de prataria.
Sem palavras, sem chão,
vi-me no olho do furacão.
Uma força descomunal
levando-me sob seus caprichos.
Eu com os olhos cegados,
a boca costurada, as mãos atadas,
perplexa e sozinha com meus ais.
O furacão em sua fúria, me castiga,
em verdade e com razão, contudo,
me vira do avesso, redime, volta a paz,
que seguindo o curso da natureza
vai me levando, incisivo, como você quer,
pra bem longe de ti, longe, sempre mais...

Na vida, há furacões. Nele conhecemos as pessoas!
Obrigada por me ler. Beijos.
Elisa Gasparini
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