Sublime veneno
Ulisses Abreu 31/05/09
 De um homem desesperado, após o abandono da mulher amada
 
Deus, quando fez a mulher,
Não a poupou de graça e beleza.
Criou-lhe o busto, os seios,
Arredondou-lhe as nádegas.
 
Já bastava tanto contorno,
Rosto delicado e imberbe
Pernas roliças, torneadas,
Mãos finas e delicadas.
 
Pra completar a obra,
 Colocou-lhe entre as ancas
A cabeça duma serpente.
 
Ah! Pobres homens enfeitiçados,
Cuidado com ópio do veneno,
Sublime um segundo... depois letal.

 

ulisses dos santos abreu
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