De onde que veio, palhaço,
O que te acontece no olhar?
Isso que enriquece o abraço,
Quem foi que te deu pra se dar?
De onde me veio, palhaço?
De onde que eu fui te tirar?
Foi este nariz tão vermelho
O que libertou-me pra sê-lo?
Será que é a roupa, o cabelo
O que te traz forma no espelho?
O que te transforma, palhaço,
É tudo que em nós é preciso:
A Graça, a criança, o laço
De uma transfusão de sorriso
Palhaço, como você chama?
Você me conhece de onde?
Brinca comigo, palhaço?
De quê? Qualquer coisa, de esconde-esconde!
Onde se escondia o palhaço
Que agora vem ser alegria?
Que agora é livre no espaço
E no tempo bom deste dia?
Intenso palhaço, sorria!
Toda essa folia é tão curta...
É hora da entrega, do encontro que furta
Doença da alma abatida
É vida de riso e de doação
Do rosto, do resto de atrapalhação
Passaram-se as horas, palhaço!
E agora você vai embora
Da face... Com satisfação
É o coração que pinica,
Porque a fantasia já não
O que houve em mim se desmonta
Mas fica aquela sensação,
Que não se explica, se encontra:
É a da criança que bate
Chamando à porta sem conta!
Espera, criança, um instante,
Enquanto o palhaço se apronta!
Essa é pra Baguida e todos os outros baguidos amigos! Aqueles palhaços!
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