Um dia, uma dor...

Um dia, uma dor...

Após uma humilhação
se tem que continuar com a vida...
Sinto-me assim:
com a alma empedernida.
Quero colocar os óculos-escuros
pra ninguém imaginar a indizível dor,
a lembrança negra, o coração nublado...
Fenece o dia, aurora chega,
tanto faz...
Cansada está a mente!
Outro incomodo ou dor física,
é subterfúgio que a gente nem sente.
Já que não tenho saídas,
e quero agir e não posso:
cedo á vida o direito de correr como quiser.
Uma hora o mau tempo em meu peito,
vai desanuviar.
Não posso esquecer de quem me apoiou,
nem de que aquele que já foi mais
do que um amigo, achou tudo jocoso,
eu vi!
Chamo por Deus e pelo clarão do dia,
porque essa nebulosidade
se impõe no centro do pensamento
e sei que a luz chegará, já chegou!
Pois ainda algo em mim se
mantém intacto e orgulhoso,
me diz: continue de cabeça erguida!
Quem ultraja outro por medo,
trocou o certo pelo duvidoso,
andará sob o peso de uma dívida.

Humilhada e ultrajada: sim! Envergonhada e de cabeça baixa: isso não!
Obrigada por me ler na minha dor e indignação!
Estamos todos sujeitos a isso, infelizmente, né?
Beijos

São Paulo, capital

Elisa Gasparini
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