Quando as palavras infames,
E as mais sagradas palavras,
Pouco sentido fizerem;
Quando a árvore doente juntos às águas
For um monstro aos sedentos caminhantes,
Minhas mãos limpas
Tuas mãos sujas conhecerão...
O teu machado cortará o mal
E em tuas tendas depositarei a dádiva de sempre,
De todos os que te invocaram.
Agora, ó Javé, contabiliza os meus pecados:
Eu quebrei as velhas tábuas,
Despedacei novas sementes.
Ai, meu Deus, eu fui humano!
Pisoteei meus inimigos,
Dancei nos funerais.
Contabiliza, ó Javé, as minhas transgressões,
Mas te esqueças que fui humano
Quando Caim à minha direita
Brindava com sangue inimigo,
E a minha espada ensanguentada
Era o meu estandarte supremo.
Sergio Leandro
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados