PREMEDITADO ( SALMO SEM DAVI )

Quando as palavras infames,

E as mais sagradas palavras,

Pouco sentido fizerem;

Quando a árvore doente juntos às águas

For um monstro aos sedentos caminhantes,

Minhas mãos limpas

Tuas mãos sujas conhecerão...

O teu machado cortará o mal

E em tuas tendas depositarei a dádiva de sempre,

De todos os que te invocaram.

Agora, ó Javé, contabiliza os meus pecados:

Eu quebrei as velhas tábuas,

Despedacei novas sementes.

Ai, meu Deus, eu fui humano!

Pisoteei meus inimigos,

Dancei nos funerais.

Contabiliza, ó Javé, as minhas transgressões,

Mas te esqueças que fui humano

Quando Caim à minha direita

Brindava com sangue inimigo,

E  a minha espada ensanguentada

Era o meu estandarte supremo.

Sergio Leandro
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