Outros eus, e o eu que não se conhece.

Morro, morri e morrerei

Tempos atrás e adiante

Movo-me pelas letras mirabolantes

Que fizeram de mim, o poeta que me tornarei.

 

E do quanto eu já morri

Pra outros quantos, me esqueceram

Outrora, poemas que li

Descrevem eus que já morreram.

 

Fantasma vivo eu seja?

Concepção fúnebre e artística

Quem não me conhece, que me veja

E quem não me vê, fica a escrita; mística!

 

Já, pra quem me lê

Vê segmentos de minha vida?

Será que este não sabe se

Eu planejei essa leitura doida varrida?

 

Eu escrevo sentindo esse fluxo

E você lê em pleno luxo

Na verdade, não sabe onde estou...

 

Agora, fico onde nem imaginas

Danço por outras letras escrita por pontas finas

Nos poemas que você ainda não moldou.

 

Uma correção à sua crítica elaborada

Estrago qualquer que seja sua idealização

Poesia minha alguma é perfeição.

 

Uma falha que deixo bem estampada

É uma subjetividade mal-compreendida

De uma poesia não completamente entendida.