Pássaro Ferido

Não vês que eu vivo confundido

entre o Céu e a terra?

E que aspiro infinitamente a vida 

Não vês que trago a alma

sonorizada de um doce encanto?

e que espalho alegria com meu doce canto! 

 

Não vês que esquecido da minha fraqueza

adejo bosques, rios, florestas e mares?

Não Vês que coroado de infinitos

Confundo-me com o que é belo?

Não sabes? Que o meu lar é a Abóbada Celeste!

Não sabes? que nas árvores eu faço o meu ninho.

Não vês que aprisionado

eu vivo em desalento?

por não ter as carícias do voar ao vento. 

 

Nunca observaste os pássaros em folia?

Não vês que liberdade não é regalia?

Não vês que carrego o pólem das flores?

E que faço parte da natureza

Ah! Como tu és cego.

Eu inebrio a alma dos homens

de poesia e beleza 

 

Não vês que sou um pássaro

E que tenho asas para voar?

Então, por que insistes

Em me engaiolar!

Fico muito triste quando vejo um pássaro engaiolado. Deus deu-lhes asas para voar e é uma violencia aprisionar quem tem asas,
Lourdes Bernadete C. Bispo
© Todos os direitos reservados