Talvez se...

Talvez se a rudez fosse minha aliada...

Talvez se eu não tivesse essas mãos que tenho,

Se elas fossem calejadas...

Talvez se não a minha pele pálida,

Quem sabe a pele judiada e úmida...

Talvez se não a mesa e os talheres,

E sim o colo e a colher...

Talvez se não a caneta e a folha,

E quem sabe a enxada e o cansaço...

No semblante, se talvez o suor,

E não o choro...

Talvez se eu dominasse um touro,

E não o português...

Talvez o físico,

E não o sentimental...

E se talvez o coração "duro",

E não o escancarado...

Talvez assim eu não saberia o que é amar –

Amaria sem saber.

O amor não escolhe cor, nem raça, nem região...
Ele está presente em todos os lugares, mesmo que seja escondido.

No meu quarto...

Rogerio dos Santos Rufino
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