Minha menina, querendo voar.

 
 
 
Observo através da fina cortina
A minha paixão, outrora menina,
E vislumbro em sua tez divina,
Asas douradas, de um Querubim.
 
O tempo passou sem que eu visse,
Amei-a muito mais do que disse,
Ensaiei cantos pra que dormisse,
Embalando-a em meu colo por fim.
 
Quanto me apertou em abraços,
E andou pisando meus passos,
Usou fitas em formas de laços
Só para não me deixar partir.
 
Eu que ia, mas sempre voltava,
Para ela que eu tanto amava,
Que de braços abertos esperava
Um abraço de volta, um sorrir.
 
E na moldura daquela janela,
Raios de sol a deixam mais bela,
Quando se põem após ela,
Em cintilantes cortinas de luz.
 
E ela, que é tudo em minha vida,
Ciente que é minha querida,
Manda em meu peito, atrevida,
E em formas de amor, me seduz.
 
Certo é, que eu a amo demais,
E sei, que merece bem mais,
Que esse amor que meu peito traz,
E que tudo de bom lhe deseja.
 
Só vou lhe pedir por favor:
Em nome desse nosso amor,
Que ao alçar o vôo que for,
Voe só para onde eu a veja.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Santa Cruz Cabrália, 29/12/2008.

Lannes Alves de Almeida
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