Apago o cigarro e como droga que relaxa os músculos,
Tento escrever uma carta, uma canção, um pensamento.

No silêncio, a lembrança vem na forma de símbolos:
Páro de digitar no papel virtual do computador e observo ao redor.
Ouço o barulho da noite e adormeço em meus pensamentos...

Conecto com o imaginário e as frases surgem como melodia.
Observo a imagem, calculo os segundos para que o meu corpo reaja.
Cada letra, cada vírgula aumenta o ritmo no teclar:
Procuro a perfeição.

Encontro na dança a cadência do coração.
Respiro...
Tento invadir sua mente,
Sinto o teu cheiro,
Toco nas tuas amarras,
Descubro os teus desejos.

O espelho reflete a tua alma,
A cadência da vida:
Tempero a canção com o meu Amor.

Aqueço com o suor dos corpos entrelaçados.
Interrompo a conexão,
E armazeno todos os segundos na caixa preta.
Sinto a sua presença, a essência...
Vejo a tua imagem em terceira dimensão.

Cuido para que a canção não se perca;
Que o meu olfato não esqueça
O que o paladar saboreou.

Antonio Franco
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