No meio do caminho, tinha uma estrela

No meio do caminho, tinha uma estrela

 
Desculpe, hoje é meu dia, rio de mim mesmo.
Acabei de ler um romance “desfocado”,
e fiquei contaminado, por esse olhar.
O sangue aflora pela pele, pelos ouvidos,
pela boca, pelas narinas, por todos os lugares.
A explosão é iminente.
A morte é como um porco, de inchada.
Assim como meu coração pulsante.
Lembra a última estrela que explodiu?
Faz um pouquinho de tempo...
No entanto, a sua forma reticular,
a sua fotografia cuneiforme,
fico ali, esperando nosso olhar.
Assim é o meu amor por ti.
O motivo de minhas caminhadas.
A espera do tempo.
A transformação das estações.
A contemplação de vênus.
A gravidez do amor.
A solicitude.
O amor maior.
A penetração da ânsia, na própria vida.
O desvirginamento da escuridão.
Não o medo da ausência, da falta, do incapaz.
Não há culpa, jamais.
Como dizia um amigo, de natureza dividida,
No início, eu não estava lá... Ou estava?
não me culpo e não volto atrás.

Para Soninha de meu coração, para sempre.

Bagé/RS

Claudio Antunes Boucinha
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