Já não ouvira o teu canto,
Meu passarinho que tanto vi voar,
Sumiu e levou todo o encanto,
Pra em nenhum canto jamais gorjear.
 
Partiu para sempre,
Tua sinfonia solene no alvorecer,
No entardecer as portas do teu ninho,
Tanto admirei sereno passarinho,
O ante o teu hino o sol se esconder.
 
Deixaste-me a lamentar,
Neste mundo de tamanha ambição,
Cárcere com teus últimos dias na prisão,
Pelo ser humano que te fez calar.
 
Se não preso como um delinqüente,
És caçado sem compaixão,
Por bandidos de armas na mão,
Que aniquilam a vida dos inocentes.
 
E sem a tua presença fico solitário,
Ao por do sol e no nascer do dia,
Tua serenata que me transborda de alegria,
Na tua ausência mancha meu cenário.
 
 

Rodrigo Cézar Limeira
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