Trago meus olhos
Cheios de estrelas,
Pois ruge o futuro já
Em minhas veias.
Vento furioso
E, no entanto, submisso
Aos caprichos do caos
E ao jogo das probabilidades
Cristaliza-se no agora e no que
Continuamente transformo-me:
Eu mesmo em minhas memórias;
Desolado cemitério a guardar-nos
E sobre o qual construímos
Nossas vãs realidades.
Transito meu tempo a cavaleiro
Equilibrado precariamente
Neste muro; presente
A separar dúvida e certeza.
E, se mais na ordem habito,
Não é por minha vontade.
Anseio pelo mar aberto
A expandir-se mais além,
No horizonte, onde tudo
Ainda é porvir, é possibilidade,
Aonde os dados são jogados
A cada momento,
E todas as pequeninas coisas
Já negociam
O dia de amanhã.
Uriel da Mata
© Todos os direitos reservados
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