Tuas águas correm límpidas
Sangue na veia da vida
Tua areia salpica um tempero que vem de longe
Pra dá gosto nesta farta refeição
Tua lama remédio caseiro que sara frieira
Coceira   gostosa entre os dedos dos pés
Tuas embarcações são delícias
Embaladas pelo vento forte
Figuras genesianas  atiram redes e espinhéis
No teu colo brincamos de praia
Tuas arraias  flutuam zelando  pelas  tuas margens
No anoitecer, no reflexo da lua amante
Pacus, tucunarés e surubins
Esperando  um novo dia,  adormecem
Mergulhões, andorinhas e Urubus
Contemplam o teu verde
Voando planando em tuas brisas

Zeca Preto
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