Crise



Crise
 
De súbito acordou
daquele sono
há muito já adormecida
Tampo tempo que foi esquecida
Não por todos é claro
Porem por aqueles que ditam
o dito e o não dito
muitos se assustaram
os especialistas e sábios
empresários e especuladores
espernearam negaram
 
Os explorados, todos eles
mendigos, prostitutas, traficantes, operários
e outros trabalhadores
não entenderam, se assustaram
assim como a turma do empresário
 
Da chibata, a maquina de ponto
do trabalho infantil a terceirização
da mendicância ao salário
do escravo ao ambulante
de eu a você
Em toda esta historia contada
inventada, planejada, bagunçada
não sabíamos, mas ela sempre estava e esta lá
dormindo, aparentemente
 
Das maiores diferença de épocas chamadas bárbaras
primitivas e não civilizadas; e a nossa
foi à troca do porrete pela arma nuclear
da servidão pela economia de mercado
mas ela acordou, na verdade nunca dormiu
 
Ela a contradição, que se revela através
Do mais primário e simplista questionamento
Por que existem pobres?
e da mais obvia resposta
Ora e por que existem ricos!
Ela que mora no espaço entre os fatos
fatos tão simples como
A natureza tem limites,
mas a produção de mercadorias é ilimitada
 
Eu errei, e desandei a falar besteiras
ela não acordou
Fomos nós que dormimos
Findando por acreditar no sonho dos outros
O de que é natural a nossa submissão e comercialização
 
Gilson Amaro
novembro 2008
 

 

Gilson Amaro
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