Amor e pão.

 
Nas horas que vagueio em solidão
Tenho minha sombra como companheira
A bruma fosca e fria se espalha em profusão
Fazendo de mim, um solitário na multidão.
 
Busco ao longe, esperando uma bela visão,
Um olhar de alguém que me veja e me queira.
As ruas ficam desertas e pobres de iluminação,
Edifícios e marquises são o meu lar, meu colchão.
 
Amanhece cinzento e ao relento esta meu coração
Que doído palpitou choroso a madrugada inteira.
Aos poucos as ruas são envolvidas pela confusão,
Que dividem comigo os espaços profanos do chão.
 
Garimpando sobras procuro alguma alimentação
Que o abastado depositou sem culpa na lixeira.
A fraqueza insana decompõe a minha razão,
Esperançoso vou mendigando amor e pão.

Minha fada madrinha quando me visitou se esqueceu
de trazer sua vara de condão, à noite me abraçou e a magia...
Tornou-se pura ilusão.
Este poema conta a historia de um personagem que conheci
nas ruas de uma cidade grande. Um sofrido e marginalizado, mas, que tinha certos valores
preservados que o mantinha vivo e preso a uma esperança indelével
de que um dia encontraria a paz e a felicidade. Ao saírem deixe um comentário ou uma simples critica.