
Primeiro, meus pés vieram ao mundo
Depois, o resto do corpo rompeu o velcro profundo
Que me mantinha aconchegada ás entranhas maternas
Tão desapegada de quaisquer coisas desta Terra
Talvez por isso, eu goste tanto de pisar o chão
ou de sair dele, em passos leves como os da bailarina
em um andar lépido e saltitante de menina
Num caminhar desafrouxado, beirando o mar que me fascina
toco pedregulhos e algas com as pontas dos dedos
na carícia da areia úmida, recolho conchas com seus segredos
Depois que eu nasci, com o tempo percebi
Que a tez pregueada e os vincos profundos
Foram herança materna
O sorriso encurralado ao canto dos olhos fundos
Foi legado paterno
Meus pés amam o chão
Também repousam neles asas lubrificadas
Com o óleo fresco da imaginação
Com a indescritível essência da emoção
* Úrsula A. Vairo Maia*
* Poesia com registro na BIBLIOTECA NACIONAL. Mantenha a autoria, de acordo com a lei dos direitos autorais.
Amigos adoráveis do site e visitantes,
Cá estou eu falando novamente de coisas relativas ao mar e seus elementos. Eu amo este tema, como vocês já tiveram a oportunidade de perceber. Espero que apreciem o poema. Obrigada pela carinhosa visitaem meu cantinho
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