O TEMPO QUE VEM...

O tempo que vem.
Manito O Nato
 
O ano se vai,
é o tempo que voa,
é o tempo que passa,
não volta, é fumaça.
 
O que fica é historia,
contada ou cantada,
é passado, é saudade,
é memória,
 
Memória da vida,
da coisa brigada,
da mulher amada,
da luta sofrida.
 
Lembrança que resta?
É marca indelével,
é brisa no vento,
alegre ou funesta.
 
Mas no ano que vai,
no tempo que voa,
algo não passa, mas volta,
retorna com graça.
 
É a paixão encontrada,
que na sacada do tempo,
cantante e alegre,
sorri debruçada.
 
Lembrança presente,
do dia que corre,
perfumada brisa,
que resta, não morre.
 
É o encontro marcado,
e entre beijos e acenos,
entre afago e carícia,
o amor revelado.
 
Mais um ano ainda vem,
do tempo que voa,
ansiado futuro
que promessas contem.
 
Promessas seladas
no ano que vai,
de espargir tão certeiro
quanto o da gota que cai.
 
Espargir-se haverá,
com aromas de flores,
com recamos de cores,
no porvir que será.
 
Pro futuro de agora,
para o tempo que vem,
há de ser uma aurora,
o amor do meu bem.

Manito O Nato
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