o banquete e o bobo da corte

Ainda na Antiga Grécia
O banquete era a mesa farta,
da Monarquia instituída.
 
Ainda hoje, à custa da miséria
Do povo, esta mesa abastada
Derrama as migalhas carcomidas.
 
No centro desta festa abundante
Os coronéis de um planeta imaginário
Zombam dos paupérrimos bufões.
 
Pão e circo num bar dançante
São atos nesse teatro hilário
Instalado para ludibriar as aflições.
 
E ao redor do banquete
Dançam, cantam e dão gargalhadas
Os desvalidos bobos da corte.
 
Enquanto os pícaros do presente
Num gesto de galhofa escancarada
Empurram os beócios pra morte.
 
Nesse banquete custeado
Pelos dinheiros do erário
E organizado pela oligarquia,
 
Que des (manda) num lugar abandonado,
Há um sem número de pseudo-funcionários
Convidados para florear a hipocrisia.
 
Abre os olhos, oh! cidadãos
Dos dias atuais!
Pois depois dos fantasiosos rituais
dos banquetes e do circo e pão
 
haverá um longo intervalo de tempo
em que desamparado, amargarás ao relento,
em que não terás teu assento
na linha da História;
 
enquanto a escória
da humanidade, teus direitos mercancia.
Abre os olhos, oh! cidadãos, enquanto é dia.
Não sejas o bobo da corte, pois, jaz a monarquia!!!
 
Cid Rodrigues Rubelita

31 de agosto de 2008