Pássaros Por que os pássaros voam, e se voam por que não me levam lá? Por que daquele arvoredo que tinha lá no quintal da vó, era goiaba, ameixa, manga, mal tinha tempo de pensar e quando de pega-pega, duro ou mole, amarelinha, viravam em pique esconde, pula corda mãe da rua e a cabana na arvore. Cabana, pois assim chamávamos, duas madeiras sobre os galhos da mangueira em uma sede esconderijo que todos sabiam onde ficava. Era gostoso... Uma vez tinha um galho e nesse galho tinha um ninho e tinha um ovo de passarinho dentro, os meninos brincavam com estilingues e suas miras, as quais eu nunca ei de ter, lançavam pedras em alturas as quais nunca alcancei e os telhados que se quebravam em meios misteriosos, caixinhas de correio que se suicidavam. Não façam isso crianças! Era gostoso... O ovo do passarinho sumiu, deve ter voado com casca e tudo, normal infelizmente, foi quando notei um pássaro, um que tinha o peito amarelo e o bico pequenino. Estava sentado na arvore e ele voou em uma forma engraçada, segui com os olhos, esse foi um belo momento em que uma nuvem no céu tinha uma forma estranha e parecia uma serpente. Perdi-o de vista e ele cantou em um galho acima de minha cabeça... Foi gostoso Quem quer que tenha mandado essa mensagem sabia, o que fazia dos meus olhos que brilhavam e minha vontade de voar naquele momento. Desci da arvore e não vi mais um pássaro como aquele, parecidos, decidi jamais maltratar animais e por isso não me apego a nenhum. Tolice, mas, serve para que nem um ovo voe com casca. Nada do que o passado trás deve se tentar esquecer é como voar. Tempo de calor é bom, mas no frio devemos ir ao sul e preparar o que vira para o próximo verão, temos asas circuncidadas pela sociedade e impedidas de crescer por nossas falsas convicções. Não recuar, não pedir perdão, não perdoar, não chorar, sorrir sem ver graça na piada. Aparência, coerência, vaidade, tudo um jogo de regras inúteis e involuntárias, que copiamos por ser mais fácil e reciclamos por parecer conveniente. Voar é bater as asas, perder cinco minutos do programa e valorizar o involuntário, sorrir ao invés do chorar e chorar para ver seus ovinhos sorrirem e jamais deixá-los voar com casca e tudo não por medo de se machucarem, isso faz parte da vida, por consciência de que tudo é possível, mas tem o seu devido momento e eles verão como era bom... Voar, bater as asas e olhar as coisas de cima, ah! Voar