Depende qual forma há de ver ou sentir e se fores do dizer ao qual se diga ouvir. Menino ao meu pai e meu pai ao meu menino e enquanto se leva a vida a sina toca o sino!
 
            No alerta do dizer em que meu pai repetia-se em vão: - O que digo se faz certo em meu tempo é que era bom! Lá tinha o som dos pássaros que em melodia se davam ao vento e o luar no nascer da noite em timbre sereno indicando o tempo.
            Agora eu na bronca que passo enfezo, por traço de uma razão e dor que por esta me emprega para não cria-lo em vão. Por lembrar o que dizia meu pai de seu tempo e o franzir de sua testa ao me repreender, Me vejo no olhar de meu filho que em soluços se reserva e penso que o que sinto meu pai já veio a sofrer.
 
            No alerta de acordar cedo com o cheiro de pão sobre a mesa, pão duro às vezes e aí, sempre estava de pança cheia. A noite com olhos cansados sentava-se no sofá, me abençoava com sua alma e mesmo cansado se punha a brincar.
            Hoje eu acordo cedo do ruim me sinto bem, não sei se por dor nas costas, ou talvez o raspar de meus pêlos, mas, ser forçar posso me ver pequenino me encantando em caretas no espelho. As mesmas que meu filho faz enquanto eu tento me erguer e assim em seu lindo sorriso tenho forças para me manter.
 
            E agora a responsabilidade, não pega, não pode, não e não. O que agora eu digo se faz certo: - No meu tempo é que era bom! Lá quando ao trepar nas arvores por mais esdrúxulo possa parecer, era lá que eu olhava a vida, por cima, para não crescer.
            Mesmo assim o tempo passou e cresci como se deve ser, passou devagar quando eu não queria e rápido para me conter. Ouvindo o meu passado, me vejo como se agora eu falasse: - Faça o que quiser de mim, pois com meu filho não será assim, garanto a quem vier será como eu quiser!
 
 Mas ao crescer percebi que não poderia mandar em meu filho não e sei que só posso indicar o caminho e a ele cabe a decisão. Hoje ao me ver vejo o meu pai com algumas modificações e meu filho talvez me seja com algumas alterações...
Também ele possa mudar e querer ser diferente e isso com certeza lhe fará ser mais parecido comigo. Qual a forma lhe agrade não me cabe nem imaginar somente dele é o direito de fazê-lo se encontrar meu amigo.
 
Mas quem sabe se na vida da qual ele queira viver, eu esteja tão presente que seja o espelho que ele queira ter. E penso que meus filhos me olharam nos olhos e com ar de ironia ão de me dizer: - Que é isso pai, o senhor não sabe de nada e o sermão que vem a dizer o mundo é diferente da sua época e não é mais do seu conhecer!
 E eu com certeza hei de me entristecer, por não poder acompanhar meus filhos e orgulhar-me por vê-los crescerem e saberem viver.
  
Sem demais é este meu pensamento o querer algo que não posso ter, um pai cria seus filhos para  enfrentar o mundo. Mesmo que eu me preocupe e isso é muito o Maximo  que posso fazer é estar sempre no fundo...
No fundo do poço para não os deixarem cair e no fundo de seus pensamentos para que sempre se lembrem os ensinamentos que os passei, que eu seja o orvalho que rega as suas manhãs e o sol que aquece o seus dias e saber sempre um pouco a mais mesmo quando eles me digam: - Eu sei!