Ando meio parado ultimamente, que a corrente do verso sagrado não se prevê - é intermitente; e a seu bel-prazer nos banha ou desvia da gente: ora poesia tamanha, ora silêncio insolente...

Vivo morrendo de pressa, correndo à beça, entregue às peças que o tempo me prega (como quem renega seus objetivos e se entrega a um carrasco imaginável, invisível; que seria intratável, cheio de ira, temível - se não fosse mentira...)

Me entendo incompreensível; e, simplesmente complexo, me rendo à inadmissível lógica do sem-nexo: se eu fosse tão simples que pudesse ser entendido, seria tão parvo que teria desistido...

Me encontro perdido, de quando em quando, perambulando deprimido no labirinto escondido dentro de mim. (Me vejo cego, assim...) Procurando a esmo seu fim, sinto que em cada porta que abro reencontro a mim mesmo, macabro, me olhando...

E acabo recomeçando.