Atravessava um deserto
Com temperaturas insuportaveis.
Não havia água para beber
Apenas dejesos inalcançáveis.

Queria nadar, voar...
Mas à minha volta era só areia
Duna e dunas sem fim
Como sair dali? Não fazia ideia!

Foi então que fechei os meus olhos 
E senti três leves brisas de ar 
Encorajavam-me a fazer-me à "estrada"
Encorajavam-me a continuar.

Levantei-me e deixei-me ir
Sempre seguida pelo seu sopro de alento
Não tive medo de fechar os olhos...
Afinal, quem me levava era o vento.

As três brisas que me acompanhavam
Susurravam-me baixinho
Que confiavam em mim
QUe era eu a decidir o meu caminho.

Olhei sem medo para trás
Olhei sem medo para a frente
Pela primeira vez em muito tempo
Senti o meu coração contente.

Passa o tempo que passar
Venha o deserto que vier
Vocês os três estarão comigo
Até ao dia em que eu morrer.

Poema dedicado aos meus três afilhados, que chegaram à minha vida e mudaram-na para melhor.

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