MINHA RAZÃO EXISTENCIAL

 Deus meu! O que faço neste orbe aziago?
De onde vim e que destino terá meu ser?
Viajante inóspito que nesta vida divago,
Num destino sórdido para nada aprender. 

Estúpido, legenda aposta em meu saber,
Sou miséria de um homem em desalento,
Na busca obstinada em se auto-conhecer,
Navega na revolta este meu sofrimento. 

O mistério da vida nunca me foi revelado,
Busco a causa de uma razão existencial;
Neste mundo não quero ser um destinado,
A não ver a dor como fator evolucional. 

Dorido vale de lágrimas, vejo este espaço,
Que sempre desconheceu a vesga religião,
Vilipêndio à verdade pura que me desfaço,
Da história que não começou com Adão. 

Encarcerado pela ausência da sabedoria
Divina, que há muito almejo em a obter,
Das minhas abstrações faço a apologia,
A um ímprobo desejo de o céu entender. 

Ah, Universo! Causa em complexidade!
Eu, mero mortal, sou efeito desta fusão,
No esquema cósmico, sua conexidade,
Fudamento básico de toda uma razão.

 Rivadávia Leite