Poema para uma deusa de Samotrácia

Caia sobre mim, o zênite do crepúsculo
Como um fervoroso desejo
Em ritmo latente, translúcido
Paire no ar como uma suave bruma
Elevando-me suavemente
Ao véu da lua

Chegue-me em leves passos
Como uma chama que se revela
Queimando lentamente
Acendendo a luz da vela
Que iluminada
Sorri radiante, através de uma janela

Venha com sua voz lírica
Encantar os meus ouvidos
Fazer sentir os meus sentidos
Oh! Deusa sensitiva
De todas as deusas do Egeu
Tu és a mais linda

Desejo-te em fogo brando
Como uma brasa incandescida
Que suspende-se ao ar com suave leveza
Desejo-te infinitamente
Oh! Rainha da beleza
Meus olhos te fitam, iluminados de clareza