Sem nome ou codinome, cadê o sabiá?

Sem nome ou codinome, cadê o sabiá?

Século XXI, era da modernização, das máquinas e sobre tudo da informação e da moda. Moda que atravessa os continentes e chega inclusive às nossas casas, muitas vezes nos impondo a maneira de nos vestirmos e de agirmos perante as várias situações da nossa vida cotidiana. E agora a moda é nascer no Brasil e perder a identidade de brasileiro, sabia?
É isso mesmo, os “brasileiros”, ou melhor, alguns deles se envergonham de levarem consigo o adjetivo pátrio do qual pertencem, como se isso fosse uma forma de fugir do subdesenvolvimento.
Hoje é normal estarmos no Brasil, e às vezes não conseguirmos ler alguns nomes de lojas, comidas ou até mesmo pessoas, pois estes possuem nomes de origem estrangeira. Isso é muito comum. Quem já não viu por aí algum menino chamado Washington? Ou comeu em um fastfood? É quase impossível fugir desta “enxurrada” de estrangeirismos que circundam a nossa vida brasileira. 
Já estamos entrando em um processo psicótico de “estrangerização forçada”, não estamos dando o mínimo valor nas coisas que temos em nosso país, e as poucas que ainda são valorizadas, vendemos aos gringos.
Infeliz do poeta Gonçalves Dias se visse hoje sua pátria tão querida e amada. Com certeza iria se indagar: Cadê as palmeiras? O que fizeram com o sabiá?
Frustrado mais ainda ficaria o poeta se soubesse que derrubamos as palmeiras, vendemos as folhas para alguns gringos fazerem artesanato e que o sabiá agora canta em terras americanas preso em uma gaiola com vista panorâmica para prédios que nem Niemeyer foi capaz de desenhar.
A morte cultural e identitária do Brasil, se aproxima cada dia mais, pois se não bastasse nossas palmeiras, o pobre do sabiá, nosso ouro e nossa gente, agora querem roubar nossa língua, é nossa língua! Roubar-nos de nós mesmos.
E nossos governantes, que deveriam estar preocupados (Pelo menos se imagina que teriam) estão muito ocupados, a final de contas mesalões e as incontáveis CPIs rolam pelas salas confortáveis com design moderníssimo do nosso congresso. Mas talvez quem sabe um dia eles acordem e vejam a necessidade de defender nossa identidade brasileira. Só espero que isso não demore muito a acontecer, pois corremos o sério risco de quando eles atinarem, nossa bandeira brasileira já esteja colorida de vermelho e branco, Bush ou sei lá quem mande ainda mais em nosso país e nosso idioma seja oficialmente o bendito do inglês.

Está é uma crônica onde procuro fazer uma pequena crítica ao nosso arcaico modo de usar as palavras estrangeiras no nosso dia-a-dia. Em defesa da lingua e da identidade brasileira.

Amorinópolis numa tarde de indignação com o uso desenfreado da língua estrangeira no Brasil

José Humberto dos ANJOS
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