Talvez crescerá, inda que haja inverno:
Linda, feliz e eterna
No calor dos campos ternos
Enfim desabrochará...(de uma só vez...)

Mas não adianta regar, deixarei acontecer..
E quando, lançado o orvalho,
Se o milagre acontecer
Seu fulgor florescerá! (espero, talvez...)

Já estou assentado na grama,
Expulsando a madrugada
(Nunca tão demorada)
Cantando poemas a sós.

Nunca valeu tanto a pena
A primavera esperada,
Nunca valeu tanto a voz!

O orvalho e a semente:
Explodindo interiormente
O Universo numa casca de nós...