Diário


No alvorecer,

Já desde cedo levanto órfã...

Enrolo horas na cama,

O meu berço engradado.

Me esforço a sonhar,

Quero a fantasia...

Quando com pesadelos;

Desconexos anseios,

Misturados à briga da incompreensão,

Me levantam do berço e eu destruo as grades,

Se não fico a sonhar sonhos bons e excitantes,

Caio na incandescente raiva dos quinze;

Incompreensão não curada.

Brigo só!

Luto só!

Choro só!

Até sair para o mundo com um silêncio adulto...

Recusante...

Rosto duro...

Às vezes.

E lá fora são poucos os que suspeitam da guerra.

Eu vou indo,

Indo avante nesse sol escaldante de total meio-dia...

Caras secas,

Elas passam...

Uma a uma,

No metrô,

Coletivo...

E são assombrações...

Corações?

Eu quisera...

Às vezes uns anjos dão-me um copo de água nesse deserto sedento...

Mas oásis são oásis...

São estrelas cadentes...

Entardece.

Quando o ocaso é bonito,

Quando bom,

Colorido,

É porque o meu livro foi lido e muito apreciado...

Quando o sol se põe logo,

Sem vermelho, nem rôxo e vem a noite que é negra,

Vejo então, pela fé...

Me esforço a sonhar...

Sim, eu quero sonhar...

 

 

 

10:00hs
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Queridos colegas e amigos poetas.. vc´s são anjos.. vc´s são água nesse deserto sedento.. são as estrelas cadentes.
Preciso sempre lembrar disso..

Um grande abraço,

Rosely.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

São Paulo, SP - 24/03/2008