É nesse imenso mar de esquecimento que vivo
Tentando me lembrar do passado
Pra saber o que sou no presente
E definir o que farei no futuro.
 
Minha infância perdida no tempo
Tornou-se uma frustração
E até um desalento,
Pois minha juventude passou desapercebida
Presa nos problemas da vida.
Na angústia do tempo
 
Daí me vêm você e pergunta:
Está com medo do escuro?
E eu te respondo:
Para quem saiu das trevas
Você acha que teria medo do escuro?
 
Do escuro que são as lembranças,
Das sombras que são os sentimentos
E do negrume que são os pensamentos
 
Não, de forma alguma teria medo.
No recôndito da minha mente
Está a minha certeza
De que a luz que um dia me guiou
Continua lá esperando eu abrir os olhos
Enxerga-la, e seguí-la

Andre Moura Gomes
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