alegria da vida

 
 


A beleza, nada mais é que contemplação da destruição,
em pausa infinita, momento que olhar fixa, memoriza,
espelho, eterniza, embevecido olhar, de si, gozo profundo,
vezes, visão enlouquecida, desfocada, imediatista,
além das fronteiras, inesquecida,
vasto olhar, Monet e o jardim,
Cumplicidade, olhar, alegria,
corpo magro, deformado, um fiapo de corpo, um fiapo de vida,
pequena alma saltita,
não menos alma, ainda alma, toda alma,
plenitude da alma, que num corpo se agita.
Futuro, teu olhar, alegria, que segura e conduz, contamina.
Estou, lá, eu, grotesco, diferente,
mesmo assim, com não sei de algo que,
só você acredita, decifra, pai e mãe bendita,
por trás de toda feiura, consegues enxergar, beleza,
promessas infindas,
colóquios inestimáveis, infindáveis,
como se mundo só você, eu, e o vale,
conversando, sobre nós, e o que nós somos, realmente,
nessa vida.
Adormeço o coração.
Os sepúlcros, estão caiados, assim como flores, da laranjeira,
respiro o ar de todas as montanhas.
Não pretendo, aqui, o véu de Ísis,
a filosofia analítica, a indifença.
tempo não é diferente do espaço.
Multiplicam-se as açucenas,
pensamentos, almas,
os motivos, não me atenho,
vou logo, vou rápido.
Tenho pressa.
É a mesma estrada.
Mas quero ir de mãos dadas, não esqueça.

Os bárbaros, também amam. Para o grande amor da minha vida, Soninha.

Bagé

Claudio Antunes Boucinha
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