Assim como me faz o vinho
Entorpece a minha mente
Tira-me a sobriedade
Deixa meu corpo doente
Dói a minha cabeça
Quando da minha cama levanto
Mata-me esta saudade!
Leva contigo o meu pranto!

Escanerce-me como o vinho me faz
Zonzo sem saber aonde ir
Tira a minha paz
Prestes estou a cair
Falo coisas com coisas
Meus pensamentos viajam
Levam-me a caminhos distantes
Sonhos que nunca se apagam

Vinho da bela fruta uva
Aparentemente inocente
Fermenta em odre guardado
Veneno que mata a gente
A mente sã endoidece
Não há como se controlar
Assim como a paixão enlouquece
E mata sem querer matar

Por detrás deste brilho encarnado
Cintilante, de aroma profundo
Na taça ele é convidativo
Traiçoeiro, perverso e imundo
Louco! Louco ele deixa!
Tal qual a essência mulher
Quisera nunca tê-lo provado
Nem tão pouco saber quem tu é

Hoje as mágoas caminham
Lado-a-lado com minha embriaguez
Fico a lembrar das promessas
Enganosas que um dia me fez
Esta tua boca insensata
No teu jogo de sedução
Fere, maltrata e mata
E acaba com meu coração

Salvador, 15 de outubro de 2003;
Às 07:04 horas
Felício Pantoja Campos da Silva Junior
(Licinho)

"Ébrio por amar demais"

Salvador - Bahia

Felício Pantoja Campos da Silva Junior
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