O poste


 

 
Levanta-se ereto...
Ao céu como um baluarte...
O frio roliço de concreto
Que da calçada faz parte.
 
A luz que dele irmana...
São mais de mil velas,
Enlouquece as mariposas...
Ilumina ruas e vielas.
 
É surdo, cego e mudo...
Usado é, como um mural...
Pra propaganda estática
E políticos cara de pau...
 
O dito serve de encosto
A um pobre embriagado...
Pelo cachorro é mijado...
O território deixa marcado.
 
Pro muro serve de escudo...
Para não ser derrubado...
Um motorista descuidado
De joelhos o deixa prostrado.
 
Solenemente plantado...
Ás casas traz luz e energia
Da vida aos eletro-eletrônicos...
E guarida aos namorados
 
Iluminando os caminhos
Vai cumprindo o seu papel...
Mesmo sendo rude e inanimado...
Serve a todos com muito carinho.


 

 


 

Caros amigos eu tenho certeza
Que quase todos nós tivemos
Algum envolvimento com um poste!
Pensem bem e puxem pela memória...
Quem de nós nunca esperou um amigo
Encostado a um poste? Ou ficou olhando
O farol abrir ou fechar perto de um poste.
Parece coisa de doido, mas não é não, este...
Poema eu dedico a todos os postes do mundo,
Pois cada um deles já foi testemunha de algum
Acontecimento importante. (eu já chorei encostado
Num poste quando o meu amor me deixou).