Se hoje me encontro no desfiladeiro,
No abismo onde a dor é fácil de curar,
Clamo a Deus pelo amor verdadeiro,
Daquela que o beijo não pude provar.
 
Pus-me incessantemente a escalar,
A imensa elevação de onde tudo se vê,
O desespero de sofrer não me fez deter,
O topo da montanha há de me salvar.
 
Na subida mil pensamentos vejo emergir,
E no ouvido uma voz posso escutar,
Pedindo aos céus para eu desistir,
O topo da montanha há de me salvar.
 
Tantas mágoas me põem a refletir,
No trajeto difícil para superar,
Os afagos dela nunca vou sentir,
O topo da montanha há de me salvar.
 
Chegando ao cume quero me redimir,
Dos pecados que na terra pude praticar,
O sofrimento de não têla eu vou banir,
O topo da montanha vai me libertar.
 

Rodrigo Cézar Limeira
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