Desencoraja-me saber que o tempo,
Vira vento em poucos minutos,
Em nossos olhos que não vêem o dia,
Porque a vida não nos deixa parar.
 
Estamos ocupados em nossos projetos pessoais,
Somos sábios ou irracionais?
Ao permitir escapar o dia,
Em meio ao trabalho,
Que nos faz escravos,
Somos culpados ou heróis apenas?
 
Sendo todos submissos,
Aos segundos que ainda nos restam,
Para acumular bens materiais,
Amanhecer, entardecer e anoitecer,
Na ilusória procura de buscar sempre mais.
 
Os anos que vão nos deixando,
Nós vamos acumulando,
Alguns, rios de fortuna,
Outros, abismos de miséria.
 
E então continuamos,
Lutando contra nossa própria existência,
Elevando a matéria e esquecendo a alma,
Até nos comportarmos como animais.
 
E nos perguntamos,
De que somos feitos afinal?
Da sabedoria mundana,
Ao achar que somos imortais,
Não, somos seres imorais,
No conformismo com a ilusão,
Nos alimentamos de bens materiais.
 
E assim vamos sobrevivendo.
Com os estigmas que nos cercam,
Mas com a certeza de que somos apenas,
 Seres mundanos e nada mais.
 
 

Rodrigo Cézar Limeira
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