Neste momento, ponho-me à pensar o quão complexa
e intrigante é a amizade.

Esse laço fraterno que não se sabe muito bem
onde nem o momento certo em que se inicia,
realmente é mais do que fantástico.

O que seria um amigo?

Até onde e o quanto forte seria a união e o amor
entre amigos?

Neste instante, paro e me vejo, de um certo
ponto, confuso e acanhado em tentar definir tal sentimento.

Seria o amigo um irmão gêmeo?

Não falo em semelhança física, mas em algo superior à isso.

Penso na semelhança de espírito.

Algo estranho que se sente mesmo não sentindo,
mesmo sem se expor a nada, alguma coisa
inexplicável que acontece com duas pessoas que
tem esse grau de afinidade tão puro e intenso.

É, seria quase que um sexto sentido.

Não se escolhe a pessoa. Não se sabe quem vai
ser. Nada premeditado.

Parece que apenas o tempo tem o poder de unir e
transformar os amigos.

Muitas vezes, ele se transforma no grande
carrasco dessa união.

Sua arma fatal, o esquecimento, vem quase sem se
fazer notar, de mansinho, sem que possamos agir
à tempo de reatar o nó que está sendo desfeito.

Amigos são o maior tesouro que podemos
conquistar na mina da vida.

São também os mais sensíveis de se conservar.

O dinheiro, o poder, tudo isso tem um fim.

Amizades feitas com fibras do coração, não morrem jamais.

Não são apagadas pelo tempo, não são destruídas
pela ganância e por interesses medíocres.

São simplesmente profundas, marcantes e imortais.