A rua está fria
e não há poesia
no ar que envolve
o mascarar destes sorrisos.
A esperança
a ser pavimentada,
em abandono
clama
pela Providência.
Há que se ter prudência
na abordagem do olhar.
Há um crime no clima
que envolve este clamar.
Alguém pode sacar
a arma da palavra
e a depressão do coletivo
pode abalar a bolsa
dos nossos valores.
A rua está fria
e o sonho,
mal agasalhado,
é só mais um pedinte
desabrigado de ilusão,
que pulsa por acinte
flagelado no coração.
Paulo Franco
Do livro PAISAGENS DO OLHAR - página 64
Paulo Franco
© Todos os direitos reservados
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