Soneto do refúgio

Em dias de penumbra, eu me escondo
No primeiro verso da última estrofe
E os meus escritos, de homem que sofre
Revelam-se autênticos poemas de assombro.

E na frieza deste azar, eu apenas me lanço
Ao caldeirão borbulhante da sorte requentada
Pois a sorte mais fresca sempre está guardada
No salão dos felizardos onde eu sempre danço.

Mas não me entristeço mais. Não quero!
Vou me revelar autêntico re-criador
Deixe que os versos me alimentem...

Estou aqui, dentro de mim, e não espero
Sair pra lugar algum, pois meu maior temor
É o de deixar que os outros me reinventem...

O refúgio do poeta!

Guarulhos - SP