Trago nas mãos o enlutar do firmamento,
as asas cansadas representam meu lamento,
mortifico as cores do mundo em prol do grande resplendor,
faço o frio contra o próprio desamor.

Não me faço agredir ao bem nem ao mal,
trago o lençol negro de cada sono,
da escuridão que trago sou leal,
servo do grande mistério do qual sou dono.

Alguns dormem, outros não,
alguns acordam, outros não.

Revela-se em meio a grande escuridão,
contraste; bela lua,
anjos venham à mim pois sou o guardião,
caminhemos pelas ruas,
Pois as asas cinzentas não aguentarão,
nem as minhas e nem as suas,
antes do dia chegar.

Apresento-me, o guardião de todas as noites,
mortalha que envolve o mundo,
fazendo-me do mesmo seu acoite,
sou o infinito; profundo.

Anjo das Noites.

Guilherme Pedroso Oshiro
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