"ATÉ LOGO... OU ADEUS"? (Crônica).

 
“ATÉ LOGO... OU ADEUS”?
                (Crônica).
 
 
Por mais que o ser humano esteja preparado para o dia a dia, parece que os problemas estão sempre um passo na frente; por mais criativo que o humano seja, há sempre uma falha em tudo o que fazemos ou inventamos.
Hoje em dia a preocupação maior é a segurança, as famílias trancam-se em suas residências, vivem em verdadeiros presídios domiciliares, colocam grades, portões eletrônicos, câmeras e alarmes, cercas eletrônicas, fechaduras digitais... Porém tudo o que se faz ainda é muito pouco, ou ineficiente diante do avanço da inteligência da criminalidade.
Moradores sentem-se seguros com os seus portões trancados, dormem sossegados com a certeza de que nada irá incomodá-los; ledo engano! Quando no meio da noite deparam-se, com um fugitivo vindo de um presídio qualquer, no meio do seu quintal; que surgido de um bueiro os ameaçam; o mentiroso seqüestro via telefone, o falso entregador de pizza, o falso carteiro, ou até mesmo o falso agente sanitário querendo adentrar na sua residência com o pretexto de inspecionar possíveis focos do mosquito da dengue. Então o cidadão procura alguém para jogar a culpa, joga a culpa no governo... Na segurança publica que por sua vez também é o próprio governo... Tudo bem, o governo tem lá a sua parcela de culpa, com as suas leis cheias de buracos, cujos buracos vêm sair exatamente no seu quintal.
Quem pode colocar vidros blindados nos seus carros ou nas suas residências respiram mais aliviados, quando há balas perdidas, porém tem que se contar com a sorte para que o projétil perdido venha em direção do vidro blindado, ou da janela blindada da sua residência, mas e nas comunidades pobres como ficaria, os moradores ganham o suficiente para saciar a sua fome... Ainda que andássemos nas ruas vestidos de uma roupa especial correríamos o perigo de tomar um tiro na parte do corpo que sobra desprotegida.
Como saber se o policial do transito é mesmo um policial... Infelizmente ao sair das nossas casas, não saberemos se devemos dizer... Até logo... Ou adeus.
Hoje em dia é tão perigoso entrar num banco quanto entrar numa casa de fogos de artifício; o cidadão é barrado facilmente numa porta giratória de uma agencia bancaria, com o seu chaveiro ou as suas moedas no bolso, mas dificilmente um meliante é barrado portando armas pesadas.
Eu paro e penso... Será que os verdadeiros culpados não são os membros da nossa sociedade?! Pelo menos uma boa parte dessa culpa, uma rua tem muitas casas, logo há muitas famílias naquela rua, quando alguém chega bêbado em casa há sempre alguém atrás de uma cortina olhando, quando um cobrador bate na porta de alguém para cobrar... Alguém por detrás de uma cortina vê, ou quando a policia faz uma prisão de alguém, os vizinhos todos vêem e aproveitam para julgarem antecipadamente... Por que não conseguem ver quando um pilantra arromba uma porta, pula o muro, ou assalta alguém naquela rua? Será que não está na hora de unir-se todos? E formar uma segurança organizada em cada rua?
Eu tenho certeza de que, todos os moradores de uma rua, por mais pequena que seja essa rua, juntando todos prenderiam o marginal em questão. Muitas vezes a covardia é tanta, que mesmo presenciando falta a coragem e o espírito de solidariedade para usar o telefone para avisar a policia; se todos de uma rua unirem-se não há quadrilha que os façam reféns... Eu penso assim.
 
 
 
 

São Paulo, 21/11/2007