Dias frios de Janeiro

Dias frios de Janeiro

Cá estou eu, num dia de chuva
Esperando por uma boa nova,
Já que das velhas, já me cansei.

Aguardo por novos dias,
Já que dos velhos, passados e abarrotados
Já me cansei

Passei por tantos percalços
Já não tenho mais os seus braços
A não ser quando te entregas ao sono.

Raros beijos, fartos desalentos,
Vivo em silencio ensurdecedor
Sufocando minhas palavras
Que gritam sem encontrar abrigo,
sendo cegas, procuram saída.

Nasceu nosso filho, chamado Desalento
Não ouço seu grito, mas sinto seu peso
Todos os dias, enquanto correm lágrimas
De alguém que sente um frio tão desgastante

Esse é o tempo que vivo hoje
Nunca vi a chuva tão bela
Aliás, aprendi a enxergar sua beleza faz pouco tempo.
Vejo suas gotas se juntando numa poça,
São gotas reluzentes , verdadeiros espelhos
que o homem não consegue copiar
de forma tão autentica e livre

Aliás, faz tempo que não vejo nada refletir luz
A luz dos teus olhos, mal você me deixa ver
Mas quando vejo, vejo o quanto são belos
Olhos castanhos feito terra, terra que nos nutre
Essa é sua herança, alma.

Hannah Otto
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