Venho Convidar-te para o enterro do meu eu.
Para velar-mos juntos tudo aquilo que me pertenceu, aquilo que a mim foi dado, e por algo ou alguém tirado. Vamos velar em caixão lacrado todo amor mal dado, em caixão aberto a saudade que possa ter ficado.
Vamos enterrar todo o mal desejado toda a magoa deixada e toda desilusão causada.
Vamos chorar o pesar do perder e se fazer fortes para não enlouquecer com esse horror que é a dor.
Vamos velar o eu passado em caixão lilás enterrar esse eu para que ele nunca mais possa voltar.
E na sepultura um retrato a de se deixar para que seja lembrado, o eu do passado.