Lágrimas de Areia

Lágrimas de Areia

LÁGRIMAS DE AREIA
 
 
Agamenon Troyan
 
         Lá estava ela, triste e taciturna
            Testemunha de efêmeros conflitos
            Com um olhar perdido no tempo,
            Não exigia nada em troca
            A não ser um pouco de atenção.
 
            Sentia-se solitária; oca.
            Os homens admiravam-na
            Pelos seus dotes
            As crianças, em sua eterna plenitude,
            Admiravam-na muito mais além...
            ... Mais humana!
 
            De sua profunda melancolia
            Lágrimas surgiram.
            Elas não umedeceram o seu rosto
            Mas secaram o seu coração,
            O poço da alma,
            Aumentando cada vez mais
            A sua sede.
 
            E lá ela permaneceu; estática, paralisada!
            Esperando que o vento do norte a levasse
            Para bem longe dali...
 
            O dia começou a desfalecer
            Seu coração, outrora seco e vazio,
            Agora pulsava em desenfreada arritmia.
            Desespero!
            A maré estava subindo...
 
            Em breve voltaria a ser o que era:
            Um simples grão de areia.
            Quiçá um dia levado pelo vento,
            Quiçá um dia!
            Em um porto seguro.
 
 
 
 

O POEMA FALA DE UMA ESTÁTUA QUE DESEJA ARDENTEMENTE SER HUMANA. ELA QUER AMAR E SER AMADA, PORÉM SEU MAIOR MEDO É A MARÉ QUE EM BREVEA TRANSFORMARÁ NOVAMENTE EM UM GRÃO DE AREIA.

em minha casa