Ferrugem

Há tempos que me vejo sentado nesta estação
Abandonada, sozinha...sozinho
Juntando idéias do dia-a-dia
Melancolia...
Tomando goles de pensamentos
Esquecidos com o passar do tempo

Vejo o trem passar com seus vagões
Cheios de coisas abstratas
Mudanças raras
De quem chega e de quem parte
Mais nunca pára

O que há com essa estação velha e abandonada
Tão antiga e castigada
Sinto-me a vinte anos atrás
Sinto cheiro da fumaça
No fim da primavera

Já é outono
A cor ferrugem dos trilhos se confunde com as folhas
Escondendo as marcas do passado
Preenchendo todos os espaços vazios
De quem por ali passou

Lembro me que acabei de partir
Antes de me sentar aqui
E caminhei pelos mesmos trilhos
Com a mesma dor
De quem deixou as pressas
O trilho de uma história
A historia de um amor

Quem nem se quer chegou
Até a próxima estação
Estação final
No qual não haveria trem nem trilhos
Para desviar o caminho
Dos quais traçou...

Esta poesia fiz especialmente para ser exposta no 1º Varal Literario em Campinas que realizou-se no dia 16 de junho de 2007