A lascívia no olhar,
o lúbrico desejo em teu querer,
a vida e seu viver.
A alegria, a razão,
o sincero perdão,
o verdadeiro sentido de algo inexistente,
a dor, a morte, o pavor, ilusão deste desejo,
questão desta desgraça.
Uma vida, logo a morte.
Um desejo, logo o esquecimento.
Nisto se resume, um ser,
uma alma vivente,
o fôlego que se vai,
a respiração que desfaz.
Porque o sofrer? Porque o querer?
Se em poucos segundos não mais se sofre,
Não mais se quer,
então não se vê, não se sente, nem respira,
somente descansa em um túmulo,
sem vida.

Renato Barbosa
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